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Um papagaio estava sentado numa gaiola com um corvo.

Ali, como o pobre papagaio sofria pela presença daquele monstro de penas pretas!
 
“Que preto feio, que figura terrível, que expressão facial ordinária. Se uma pessoa tivesse que olhar uma coisa assim todos os dias ao nascer do sol, o dia todo ficaria arruinado para ela. Não existe companheiro mais nojento que tu, em parte alguma”.

Por estranho que pareça, o corvo também sofria pela presença do papagaio.
 
Triste e deprimido, o corvo xingava o azar que juntar com aquele camarada desagradável, de múltiplas cores. “Por que tamanho azar me atingiu? Por que meus dias felizes acabaram transformando-se em dias tão negros? Teria sido muito mais agradável sentar-se no muro de um jardim com outro corvo, aproveitando as coisas que temos em comum e estando felizes”.

(O mercador e o papagaio – Nossrat Peseschkian)